a memória é...
A memória é uma tarde de setembro
um deus que te visita
a fruta pressentida pelo desejo
um corpo nu de criança
estendido ao sol
sobre a erva a roupa branca o seu incêndio
o equilíbrio difícil da sombra
um olhar bravio que te espia e dentro
da boca poisa
e por fim escorre dentro de ti
e não podes fazer nada.
Manuel Afonso Costa, Os Últimos Lugares
um deus que te visita
a fruta pressentida pelo desejo
um corpo nu de criança
estendido ao sol
sobre a erva a roupa branca o seu incêndio
o equilíbrio difícil da sombra
um olhar bravio que te espia e dentro
da boca poisa
e por fim escorre dentro de ti
e não podes fazer nada.
Manuel Afonso Costa, Os Últimos Lugares
exercício espiritual
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      É preciso dizer rosa em vez de dizer ideia
      é preciso dizer azul em vez de dizer pantera
      é preciso dizer febre em vez de dizer inocência
      é preciso dizer o mundo em vez de dizer um homem
      É preciso dizer candelabro em vez de dizer arcano
      é preciso dizer Para Sempre em vez de dizer Agora
      é preciso dizer O Dia em vez de dizer Um Ano
      é preciso dizer Maria em vez de dizer aurora
      Mário Cesariny de Vasconcelos, manual de prestidigitação
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      É preciso dizer rosa em vez de dizer ideia
      é preciso dizer azul em vez de dizer pantera
      é preciso dizer febre em vez de dizer inocência
      é preciso dizer o mundo em vez de dizer um homem
      É preciso dizer candelabro em vez de dizer arcano
      é preciso dizer Para Sempre em vez de dizer Agora
      é preciso dizer O Dia em vez de dizer Um Ano
      é preciso dizer Maria em vez de dizer aurora
      Mário Cesariny de Vasconcelos, manual de prestidigitação