Referi-me a
um certo “local sublime” existente na montanha. Nunca foi pretensão minha assentar arraiais nesse sítio que, aliás, a partir desse momento, deixaria de ser sublime, tal como eu deixaria de ser um homem. Embora, como é lógico, me não possa lá fixar, nunca me afastei tanto que o perdesse de vista ou se me tornasse impossível apontá-lo com o dedo. Já que escolhera ser o guia, limitava-me a não desmerecer daquele dom que me levava a ver as coisas em função do amor eterno e me concedera o raríssimo privilégio de o dar a ver aos outros. Nunca o desmereci, nunca deixei de fazer corpo com o próprio corpo do ser amado e com a neve dos cumes, à hora do sol nascer.
André Breton
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