Não ser capaz de largar as amarras obsoletas.


Não ser capaz de aceitar que o vazio, o desespero, o negativismo são detentores de um título tão legítimo como a romântica intensidade ética pela qual me deixei seduzir. [...] Questão de rugas, de fadiga, de fracassos nas provas do quotidiano. E o resto são desculpas. Exercícios inúteis como discutir com a chuva. Barragens contra o Pacífico. Entro numa cafetaria. Sento-me numa mesa. Peço um café. Não é permitido fumar. O novo puritanismo. Abomino as causas.


Paulo Castilho